domingo, 26 de outubro de 2014

Marques de Oliveira (1853-1927)

Retrato de Silva Porto (estudo) (1876, Museu Nacional de Soares dos Reis)
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Praia de Banhos, Póvoa de Varzim (1884, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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Um trecho do rio Vizela (1886, Museu Nacional de Soares dos Reis)
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À espera dos barcos (1892, Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado)
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O Sena em Paris (1906, Museu de Grão Vasco)
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Nascido no Porto, em 23 de Agosto de 1853, Marques de Oliveira começou a sua aprendizagem artística com António José da Costa, matriculando-se, em 1864, na Academia Portuense de Belas Artes. Aí frequentou o curso de Pintura de História, concluído em 1873, tendo como mestre João António Correia. Entre 1873 e 1879, estudou em Paris como pensionista do Estado, juntamente com Silva Porto. Foi aluno de Cabanel e de Yvon, fez visitas à Bélgica, Holanda, Inglaterra e Itália. De todos os artistas com cuja obra tomou contacto nesta época, foi sem dúvida Corot o pintor que mais o marcou, como se pode verificar em algumas das suas paisagens (cf. Um trecho do rio Vizela). Na década de 70, concorreu aos Salons de 1876 e 1878, e apresentou obras nas Exposições Trienais da Academia Portuense de Belas Artes. De regresso a Portugal (1879), foi nomeado Académico de Mérito da Academia e, em 1881, substituiu Tadeu Furtado, na cadeira de Desenho Histórico, para a qual foi nomeado oficialmente em 1882. Em 1895, foi transferido para a cadeira de Pintura Histórica, em substituição de João António Correia e nela se manteve até 1926. Foi ainda durante algum tempo Director da mesma Academia. À semelhança de Silva Porto, foi um dos principais elementos na introdução do Naturalismo em Portugal. A sua obra compõe-se de pintura em diversos temas, maioritariamente paisagens, pintura histórica, retratos e cenas de género, mas também realizou pintura decorativa e ilustração para revistas e livros. Colaborou na fundação do Centro Artístico Portuense (1880) e do seu órgão A Arte Portuguesa, que se manteve em actividade até 1883, e em cujas exposições (1881 e 1882) participou como artista e como organizador. Mais tarde, organizou, juntamente com António José da Costa, Júlio Costa e Marques Guimarães, as Exposições d’Arte, que tiveram lugar no Ateneu Comercial do Porto, entre 1887 e 1895, anualmente. Para além destes certames, esteve presente em numerosas exposições, sobretudo no Porto e Lisboa, mas também em Madrid.
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Resumo do texto do Matriznet (link).
Cf. Maria da Assunção Oliveira Costa Lemos, Marques de Oliveira (1853-1927) e a cultura artística portuense do seu tempo, Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 2005.
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João Marques de Oliveira (Porto, 1853-1927) was a Portuguese naturalist painter. He studied in the Academy of Fine Arts in Porto and in 1873 travelled to France with is colleague António Silva Porto, where they studied with academical painters Adolphe Yvon and Alexandre Cabanel. They became familiar with the French naturalist school of painting. They both introduced naturalism to Portugal when they returned in 1879.
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Alfredo Roque Gameiro (1864-1935)

Vaso (Lepizig, 1884)
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Provando o jantar (1909, Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Onda
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Ericeira - Arribas do Mar (Museu Grão Vasco, Viseu)
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São Sebastião - Ericeira (Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea)
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Alfredo Roque Gameiro nasceu em Minde (Porto de Mós), a 4 de Abril de 1864. Nessa localidade viveu os anos iniciais da sua vida e fez as primeiras aprendizagens. Com cerca de 10 anos mudou-se para Lisboa, cidade onde também habitava o irmão Justino, que era o proprietário da Litografia Guedes. Roque Gameiro foi aluno do Colégio Académico Lisbonense e, simultaneamente, entrou como aprendiz na oficina de litografia Castro e Irmão, transitando depois para a oficina do seu irmão. Nos anos de 1881-1882, é possível que também tenha frequentado o ensino noturno da Escola de Belas-Artes de Lisboa e terá sido nesta época que conheceu o ilustrador Manuel de Macedo (1839-1915), de quem foi discípulo e colaborador. No início de 1884, recebeu uma bolsa do Estado, para aperfeiçoamento da técnica de litografia, tendo frequentado, durante dois anos, a Escola de Artes e Ofícios de Leipzig. Na Alemanha, teve como mestre o pintor e gravador Ludwig Nieper (1826-1906) e trabalhou na litografia Meissner & Buch. Regressado a Portugal, tornou-se diretor das oficinas litográficas da Companhia Nacional Editora e foi também desenvolvendo outras vertentes artísticas, como pintor, sobretudo de aguarela, e ilustrador. Em 1888, Roque Gameiro casou-se com Maria da Assunção Carvalho, de quem teve cinco filhos: Raquel (1889-1970), Manuel (1892-1944), Helena (1895-1986), Maria Emília (Mámia) (1901-1996) e Ruy (1907-1935). Nesse mesmo ano, colaborou como ilustrador no Álbum de Costumes Portugueses, editado por David Corazzi (1845-1896). Como pintor teve presença assídua nas exposições do Grémio Artístico, entre 1891 e 1898, sendo muito premiado. Em 1894, foi nomeado professor da Escola Industrial do Príncipe Real, cargo onde se manteve durante algum tempo e, quatro anos depois, em 1898, decidiu construir uma casa no Alto da Venteira, a qual, cerca de 1900, teve uma ampliação concebida pelo arquiteto Raúl Lino (1879-1974), que era amigo do artista. Com a entrada no século XX, a carreira do artista foi conquistando maior notoriedade, alcançando prémios fora de Portugal (Paris e Rio de Janeiro). Entre 1900 e 1904, iniciou uma das suas melhores obras como ilustrador: As Pupilas do Senhor Reitor de Júlio Dinis (livro de 1866). O artista apresentou-se na Sociedade Nacional de Belas-Artes (herdeira do Grémio Artístico e fundada em 1901), tendo sido premiado com uma medalha de honra em 1910. No ano de 1911, a 9 de Novembro, inaugurou o seu atelier na Rua D. Pedro V, em Lisboa. Nesse espaço, criou, com os filhos Raquel, Helena e Manuel, um atelier-escola, onde eram ministrados cursos de aguarela e desenho e, para a inauguração, foi realizada uma exposição. Oito anos depois (1919), foi fundada a Escola de Arte Aplicada de Lisboa (actual Escola de Artes Decorativas António Arroio) e Roque Gameiro foi o seu primeiro diretor (até 1930). Bastante importante para a carreira do artista foi o ano de 1920, quando realizou, com a filha Helena, uma exposição no Rio de Janeiro e São Paulo, que obteve grande sucesso. Numa sequência de êxitos, em 1923, participou na Exposição Coletiva de Aguarelistas Portugueses em Madrid, e foi eleito membro da Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, de Madrid. Entretanto, em 1926, voltou a viver em Lisboa, tendo comprado uma casa em Campolide. No ano de 1934, foi nomeado Cidadão de Lisboa, cidade onde faleceu a 5 de Agosto de 1935.
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BIBLIOGRAFIA: AA VV. 1964. Exposição Comemorativa do 1.º Centenário de Roque Gameiro. Lisboa (4 de Abril); AA VV. 1997. A Casa de Roque Gameiro, na Amadora. Amadora: Câmara Municipal da Amadora; AA VV. 2014. Alfredo Roque Gameiro. Retorno à Casa da Venteira. Amadora: Câmara Municipal da Amadora; ABREU, Maria Lucília. 2005. Roque Gameiro, O Homem e a Obra. Lisboa: ACD Editores; BARROS, Teresa Leytão de. 1946. Exposição Retrospectiva da Obra de Roque Gameiro. Lisboa; GAMEIRO, Maria Alzira Roque, FRAGOSO, Margarida (coord.). 2014. Roque Gameiro – o Mar, a Serra, a Cidade. Minde: Casa de Artes e Ofícios Roque Gameiro - Museu de Aguarela Roque Gameiro; PEREIRA, Fernando António Baptista (coord.). 2009. Roteiro do Museu de Aguarela Roque Gameiro. Minde: Centro de Artes e Ofícios Roque Gameiro.

Internet: http://pt.wikipedia.org/wiki/Roque_Gameiro